sábado, 17 de maio de 2014
OS PERIGOS DO "SISTEMA DE APELO"
Por: Ernest Reisinger
O "Sistema de Apelo" está cheio de erros e perigos. A ênfase desta expressão se encontra na palavra "sistema". Não falei "convite". Se os pregadores não convidam os pecadores a virem a Cristo, deveriam abandonar o ministério. Existe uma tremenda diferença entre o convite bíblico e o "Sistema de Apelo".
1. Por não esclarecerem o convite, os pregadores inadvertidamente instituíram um sistema ou uma condição para a salvação que, além de não ser encontrada na Bíblia, jamais foi praticada ou aprovada por Cristo e seus apóstolos. A confissão pública não é uma condição para a salvação; pelo contrário, é o resultado da salvação.
2. A chamada para "vir à frente" (ou "levantar uma das mãos") não é um mandamento divino, e sim um mandamento criado pelo homem. Muitas vezes, aqueles que vão à frente são levados à crer que fizeram algo recomendável diante de Deus. Vir à frente não é algo que Deus ordenou. Já ouvi pessoas sendo agradecidas por virem à frente, enquanto falsamente imaginasse estarem desobedecendo a Deus aqueles que não vierem à frente. Contudo, Ele jamais ordenou tal coisa; tampouco existe qualquer relato disso em toda a Bíblia - ou na igreja, em seus primórdios.
O sistema produz falsa segurança. " Agora que eu fui à frente estou salvo." Quantas vezes já ouvi isso! Mas esta não é a base bíblica da segurança. Esse sistema também produz, frequentemente, uma culpa falsa naqueles que não vão à frente.
3. Existe o terceiro perigo de igualar o "vir a Cristo" com o "vir à frente" da igreja. Isso tende a enganar as pessoas. É comum ouvirmos expressões do tipo " ele foi à frente para ser salvo", ou "se eles tivessem cantado mais uma estrofe, eu teria respondido ao apelo", ou "eu não pude esperar até o próximo culto, na noite seguinte, para ser salvo". Já ouvi isso inúmeras vezes. É um comentário acerca daquilo que está sendo ensinado às pessoas.
Em certa ocasião, um diácono me disse que os pecadores viriam a Cristo, se eu escolhesse outro hino na hora do apelo.
O Espírito Santo ausenta se do culto quando a última estrofe do hino é cantada? Espero que não! Se for, desisto de pregar e do próprio cristianismo.
1 João 2.23 assevera: "Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai". Isso não é um ato físico. Você pode fazê-lo em seu lugar, não movendo sequer os olhos.
4. O quarto perigo do sistema de apelo é a inevitável confusão na consciência daqueles que não foram à frente, quando convidados pelo pregador. Em geral, eles ficam com a impressão de que se rebelaram contra Deus, quando a verdade é que não se rebelaram de maneira alguma.
Esta falsa idéia de igualar o "vir à frente" com o "vir à Cristo" tem produzido o maior recorde de estatísticas já computado na igreja ou nos negócios! O sistema é responsável por estatísticas enganosas. Falsifica o papel do pregador ou do evangelista. "Ele tem conseguido decisões?" "Quantas foram as decisões naquela reunião?"
5. Outro erro produzido por esse sistema é uma errônea apresentação da fé. A fé é representada como algo a ser feito, para se obter salvação. Sou zeloso pela expressão "somente pela graça", e não por um ato físico. Quero cantar "Maravilhosa Graça", e não "Maravilhosa Decisão" (ir à frente)!
Em que consiste a fé? Explicá-la não é a tarefa do pregador. O alvo do pregador é deixar claro o objeto da fé, Jesus Cristo. O pregador não é chamado por Deus para explicar o ato da fé.
Fonte: Revista Fé para Hoje, Editora Fiel, Anos 2000-2001, Págs. 57-59.
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